(intro)
Quando eu vim para a cidade,eu ganhava minha vida
Ave-pássaro cantando,na noite do cabaré,e era mais
pobre do que eu a mulher com quem dividia,dia,noite
Sol e cama,cobertor,quarto e café.
O Nordeste é muito longe,e a saudade e cidade é muito
Violenta,pra quem não tem pra onde ir,a noite nunca tem fim
O meu canto tinha um dono e esse dono do meu canto,pra me
explorar me queria sempre bêbado de gim
O patrão do meu trabalho,era um tipo de mãos apressadas
Em roubar,derramar sangue,de quem é fraco e inocente
~
Tirava o pão das mulheres,suor de abraços noturnos,confiante que o dinheiro vence infalivelmente
Ele ganhava as meninas com seu jeito de bonito,a roupa novinha em folha,cravo vermelho na mão
Charuto aceso na boca e bolsa cheia de promessas, de que um dia entregaria a qualquer uma o coracão
Mas noite é vida é vida é jogo é jogo é sorte e a sorte é vazia,coisa muito complicada
O amigo tem ou não tem
Quem não tem sucesso ou grana,tem que ter sorte o bastante para escapar salvo e são das balas
De quem lhe quer ter.
Por isso eu fui ao navalha,falei com o papel de seda,malandros amigos meus
Que tinham vindo a mais tempo, deles aprendi a arte de conviver com o perigo, de respeitar
Sem temer,qualquer espécie de gente.
Contei tudo,eles iriam ver meu show à meia noite,falava a palavra amor,a letra da minha canção
O tipo sentado a mesa,rugia e amassava o cravo,sangue um golpe na garganta e um tiro no coração
Eu não quero falar nada,eu quero é completar meu canto,pois sei que o show continua
Que continua o viver,mas é bom tomar cuidado,com quem entende do riscado HA HA
To be or not to be, quer dizer ter ou não ter (3x)
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