Nas linhas tortas que me despem
Eternizo as vidas que escrevo
Com o tic-tac correndo devagar
Ou com o tempo andando ligeiro
Não quero eu viver pra sempre
Nem um minuto a mais do que mereço
Assim que a cortina fechar
Viver a paz da obra que deixo
Vou estar vivo nos cantos, nos coros
Ou guardado na gaveta
Vou estar vivo nos discos, nos livros
Ou calçando um pé da mesa
Vou gritar sem minha voz
E abraçar sem meu abraço
Dentre as coisas que aqui deixo
Amor
Você vai saber que estou bem
Sempre que cantar junto comigo
Sabendo não fazer diferença
Eu estar ou não estar mais vivo