Introdução:
Ele era o mais poderoso que criava e vendia boiada
Lá pras bandas do Rio do Peixe, sua marca era mais afamada;
Sua vida era lidar com gado e o gado era sua família,
Jamais esperou que o destino lhe preparasse também armadilha!
Aos 53 anos de idade galopando e juntando seu gado,
Na cerca de uma divisa, o seu dia estava marcado;
A menina sorriso criança no mourão de porteira subiu,
Sorrindo, fazendo aceno, no meio do gado caiu!
E por ser só vaca leiteira, boiadeiro ficou precavido,
Correu socorrer um bezerro, que recém havia nascido;
Esquecendo a pobre criança que pedindo socorro em vão,
Pra ele um boi era dinheiro e a menina nenhum tostão!
Depois de salvar o bezerro correu socorrer a criança
Que sem vida no chão estendida percebeu que não tinha esperança
Sapateado também pelo gado, carregado por outro peão,
Ao sentir a perna cortada a vida deu-lhe uma lição.
Do seu leito ouvindo berrante do ponteiro chamando a boiada,
Aos poucos foi- se amofinando e assim terminou a jornada ?
Sua alma não teve descanso, o remorso não permitiu,
Cada um recebe na vida o que na vida possuiu!