Saiu do congo num navio negreiro
Baixou no litoral
Batuque banzo no chão do terreiro
Pra suportar o mal
Correu, fugiu, sofreu, sumiu e subiu o morro
E o horizonte era o fundo do quintal...
Os atabaques gritam na macumba
No tom dos ancestrais
Na voz do blue, no rebolado da rumba
Tem nego por detrás
Vem invadindo todas as fronteiras da história
Rumo ao futuro, em pleno temporal
Minha terra tem palmares onde Zumbi foi eleito
E os negros que lá quilombaram sambavam do mesmo jeito
Mas a negada é pau pra toda obra
E é de decidir
Quem sabe samba e quem não samba sobra
Ou paga pra assistir
Pela avenida foi-se o suor da nega
Mão nas cadeiras, fazendo um carnaval
Minha terra tem palmares onde Zumbi foi eleito
E os negros que lá quilombaram sambavam do mesmo jeito
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