[Intro]  
                
Toda a fauna e toda a flora
                   
Do mundo de onde eu venho
                
Mistura-se em rebanho
            
Periferia fora
                    
Desde de tempo de antanho
               
Burguesia sai da toca
              
Camionista desemboca
      
À sua sorte
         
Na Via Norte
                
E as donzelas vão a banhos
                  
Refrear suores de Agosto
                      
E os pinheiros dão de encosto
                  
Às donas de outra sorte
                
Cada qual no seu posto
                  
As donzelas vão com Deus
                
E as outras dizem adeus
      
À sua sorte
         
Na Via Norte
                
Se um pinheiro nasce torto
             
Outro morre em pé
  
É como é
      
É como é
               
Mas não maldigas a sina
                  
Das nuvens de purpurina
              
Que acenam da paragem
                       
Nem te orgulhes dos mergulhos
                  
Do menino e a sua prima
                  
Na piscina da estalagem
                   
Não há sorte que endireite
           
Ou azar que entorte
               
Não há fraco forte
                
Na questão de vida ou morte
                 
És donzela de soquete
              
Ou megera de corpete
                 
Dentro de uma camionete
               
É tudo questão de sorte
                    
Qualquer meio de transporte
                  
Que leva a qualquer hora
     
À Via Norte
     
À Via Norte
                
Se um pinheiro nasce torto
             
Outro morre em pé
  
É como é
      
É como é