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Quando você me ouvir cantar,
Venha, não creia, eu não corro perigo.
Digo, não digo, não ligo, deixo no ar,
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar.
Tudo vai mal, tudo.
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto,
Estou longe, perto, sinto alegria,
tristezas e brinco.
Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo,
Tudo certo como dois e dois são cinco.
50 52 53 54
Quando você me ouvir chorar
Tente, não cante, não conte comigo.
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo.
Tudo mudou, não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco,
O mesmo teto, o mesmo teto,
E a mesma lua a furar nosso zinco.