Lá vem um homem
Saiu de um beco
Desceu a rua
Cruzou a praça
Em direção ao templo vai, ai meu Deus!
Traz um chicote nos ombros
Trançado por suas mãos
Lá vem um Deus
Vem decidido
Indignado
Zêlo incontido
Quem ousaria então cruzar seu caminho
Vai começar o juízo
E é pela casa de Deus
Voa cadeira, voa barraca, voa mesa e moeda
Passa boiada, passam ovelhas e os devotos da barganha
Corre quem vende, corre quem compra, corre quem intermedia
Mas o que foi alí orar permaneceu
Mas e eu, sinceramente onde estaria eu,
Ajoelhado e contrito ou correndo com medo de Deus?