Meus cabelos tem a cor dos gelos da madrugada
Meus pés que quebraram geadas mau conseguem me apoiar
Sei que Deus vai me chamar em seguida pra o seu lado
Vou feliz por ter deixado uma herança partilhar
Não tenho um palmo de terra criação só o cusco amigo
Que talvez siga comigo até a última morada
O rancho a beira da estrada não é meu é do patrão
Os arreios também são na guaiaca fica nada
(Quem quiser ser meu herdeiro que siga a sina de peão
Não vai viver com dinheiro mas vai morrer com a razão
Quem quiser ser meu herdeiro que siga a sina de peão
Não vai viver com dinheiro mas vai morrer com a razão)
Int. Dm C Bb F A7 Dm F
Mas deixo as marcas das mãos no couro gasto do laço
Deixo a força do meu braço nos arames que espichei
Deixo as cordas que trancei deixo abertos mil caminhos
Deixo o gosto dos carinhos dos lábios de quem amei
Deixo meu sangue no sangue de algum piazito atrevido
Deixo meu suor espremido fertilizando este chão
Deixo a sombra do galpão pra algum andejo cansado
E deixo o açude pra o gado, matar sede no verão