Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira sempre sem falar
Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar
Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé
Ele lá lhe disse, a medo: o meu nome é Pedro e o teu qual é?
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: sou a cinderela
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela
Então
Bate, bate coração Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor
Crescer
Vai dar tempo pra aprender, vai dar jeito pra viver
O teu primeiro amor
Cinderela das histórias a avivar memórias, a deixar mistério
Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério
Ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou
Com a cara assim molhada ninguém deu por nada, ele até chorou
Então
Bate, bate coração Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor
Crescer
Vai dar tempo pra aprender, vai dar jeito pra viver
O teu primeiro amor
E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos
E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos
E, num desses momentos, houve sentimentos a falar por si
Ele pegou na mão dela: sabes Cinderela, eu gosto de ti
Então
Bate, bate coração Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor
Crescer
Vai dar tempo pra aprender, vai dar jeito pra viver
O teu primeiro amor