Intro:               
O que é feito de você
               
Ó minha mocidade
        
Ó minha força
         
A minha vivacidade?
                      
O que é feito dos meus versos
                  
E do meu violão?
    
Troquei-os sem sentir
                
Por um simples bastão
E hoje quando eu passo
              
A gurizada pasma
             
Horrorizada como quem
         
Vê um fantasma
                     
E um esqueleto humano assim vai
                           
Cambaleando quase cai, não cai
             
Pés inchados, passos em falso
    
O olhar embaçado
             
Nenhum amigo ao meu lado
                    
Não há por mim compaixão
              
A tudo vou assistindo
                
A ingratidão resistindo
                        
Só sinto falta dos meus versos
                    
Da mocidade e do meu violão.