Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém é igual a ninguém
Me espanta que tanta gente sinta
(Se é que sente) a mesma indiferença
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase
Ninguém é igual a ninguém
Me espanta que tanta gente minta
(Descaradamente) a mesma mentira
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais
Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid
(A vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Tudo fica claro
Ninguém fica indiferente
Ninguém é igual a ninguém
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais, mas uns mais iguais, mas uns mais iguais
Que os outros
O que me encanta é que tanta gente
Sinta (se é que sente) ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Todos iguais, todos iguais
Tão desiguais, tão desiguais
Tão desiguais, tão desiguais
Todos iguais, todos iguais
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