O menino fugiu, se perdeu nessas ruas que sabia de cor
As palavras ardiam, soavam mais duras do que seu pai lhe ensinou
Adiante sujou suas mãos, mas o senhor lhe perdoou
Afinal, a inocência é um pequeno barco que nunca mais volta pro cais
E mais tarde foi parar entre as pernas de um amor casual
E entendeu que a paixão são fragmentos de amores num velho colchão
E um dia?
Conheceu bons amigos leais que o ensinaram a mentir
E da mentira aprendeu, que só se rouba uma história se for pra cantar
E chorou com as belas canções de anônimos, poetas de bar
E sorriu sem saber onde nascem os dias que ainda estão por vir
E por fim, concluiu: não se atravessa uma vida sem magoar alguém
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