Abre as portas, Senhor, arromba as portas
Que não me deixam escapar de mim
Se não me atendes quando rezo assim
Hão de pensar que vês e não te importas
Vem demolir meus muros e as comportas
Que não me deixam entregar meu sim
Se ao egoísmo teu amor põe fim
A vida há de voltar às águas mortas
Eu já lutei, já fiz tudo o que pude
Mas não me livro deste meu açude
Onde a esperança corre como um fio
Mas, se deitas abaixo estas represas
Hão de inundar-me as tuas correntezas
E este meu lago há de tornar-se um rio
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