É quando me olhas com esses olhos de cobra
É quando me falas com essa boca de fogo
Que eu sinto nos olhos vontade pra te dar um bote
Mas guardo na boca um veneno doce
É quando me tocas com esses dedos de louça
Que eu faço e disfarço no peito um desejo de morte
É quando provocas num jeito de muriçoca
Que voa e revoa em volta mas não toca
É quando te afastas e a tua falta
Me entope a garganta e esse grito sufoca
É quando não falas no silêncio de morte
Que a boca me cala e o meu corpo morre
E morro de sede quando chega a hora
Nas quatros paredes quando vais embora
E morro de sede quando chega a hora
Nas quatros paredes quando vais embora
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