Por mais que eu me escondesse atrás do sol
E vivesse a minha vida toda só num farol
Por mais que meu cabelo não crecesse
e minha barba enrolasse em meu calcanhar
Deixe-me viver um pouco mais
Deixe-me viver um pouco em paz
Eu quero ver minha filha crescer
Só mais uma vez o sol nascer
Queria fazer um som alegre
Mas se eu não mentir, não me despreze não
Eu quero me banhar em sua boca
Arranque de mim essa coroa
De espinhos, de espinhos do caminho
Arranque de mim essa coroa
De espinhos, de espinhos do caminho
Bem leve eu vou
A sombra que havita minha
sobrancelha
Pode ser as asas do mais puro
vôo do condor
A cruz que vive sobre os montes de
areia
Foi nosso passado falou e disse
seu menino nosso tataravô
Por mais que contaremos sete palmos,
Não faça disso um descaso não
A vida retornará com certeza o ciclo
não tem fim, é a natureza
Com espinhos, com espinhos no caminho
Arranque de mim essa coroa
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