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Era uma vez um peixe francês
Soturno e muito triste,
se perguntava: será que existem
maiores mágoa que as minhas nestas águas?
Dia após dia imerso em agonia
Nadava e tudo o que via
Era a árvore verde e amarela
Na beira do rio e só pensava nela
Ainda a linda borboleta
Inteira feita de estrelas pretas
Que vislumbrou apenas uma vez
E tornou-se o grande amor do peixe francês
( ) (2x)
O peixe nunca tivera dores
Nem problemas com amores
Pois sua memória e consciência no mundo
Duravam sempre trinta segundos
Porém depois de ver aquele ser
Arcanjo rompendo seu casulo num pulo
Criou fixa idéia na mente
E amor e morte só sente
O peixe leva na lembrança
toda a pujança da paixão que arde
Desde aquela tarde
A borboleta parecia uma bela letra
No meio de negras constelações
E modernos aviões
Verão, outono, inverno e primavera
E a paz pro peixe não viera
Nem nunca mais apareceu
A borboleta que o entristeceu
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?muito tempo tinha passado e a vida seguia
Com a alma fria, seu fado
Mas eis que durante a quinta estação do ano
O peixe avistou um ser humano
Assustado jamais tinha olhando gente
Assim frente-a-frente
Uma mulher entrou na água nua
Numa negra noite de clara lua
E o triste peixe percebeu no peito da moça de louça
A borboleta de estrelas pretas
As lágrimas do olho do peixe
eram feixes de emoções por todos os seus corações
Ele olhava a borboleta, mais bela que o som da clarineta.
Mexendo as asas como as algas de sua casa"
Depois de chorar de alegria
E conter o seu corpo em folia o peixe viu
A linda moça de louça
Serena saindo do rio
Com um riso no canto da boca
E achando assim a vida pouca
Lembrou que era o décimo terceiro mês
Época em que todo peixe francês
Vê o seu amor pela ultima vez.
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Era uma vez um peixe francês
Era uma vez ...