Eu moro num campo triste, onde o rio faz um remanso
                                           
Toda tarde eu penso a vida, no terreiro do meu rancho
                                    
Olhando lá no banhado, jaburu parece ganso
                                             
Codorna pia macio, e a perdiz pia de avanço ai
                                     
A saudade me aperta, desde a hora que eu levanto
                                    
Deste pobre coração, o suspiro sai de arranco
                                           
Quando me aperta nervosa, choro mesmo falo franco
                                                   
Tenho fé de ser feliz, to sofrendo por enquanto ai
                                        
Quando queima a camparia, forma um fumaceiro branco
                                         
Onde vem as andorinhas, pro verão de canto a canto
                                                
Dessas andorinhas pardas, que faz ninho no barranco
                                                  
Eu divido a flor roxa, no brilhar dos pirilampos ai
                                        
O que mais me aborrece, é quando afloresce os campos
                                  
Encosto a velha canoa, amarrada no barranco
                                          
Fico na porta do rancho, sentadinho no meu banco
                                                           
Passo as mãos de vez em quando, nestes meus cabelos brancos ai