Entreo o Galpão e a Mangueira
César Oliveira e Rogério Melo
Letra

+A
-A
LETRA (VER LETRA CON ACORDES)

Tanta "cosa" aquí se passa

uma conversa parcera

uma costura bem feita

ponteando uma corda chata


Um truco bem orelhado

pra os ressábios de um "embido"

e a bendição da cachaça

na volta de algum bolicho


A poeira das invernadas

que vem nas patas dos bois,

a vóz antiga do avô

na sombra dessas ramadas


É no palanque cravado

que a alma da curunilha

estira alma de um potro

bem antes de uma "rendilha"

estira alma de um potro

bem antes de uma "rendilha"


É na soltada do gado

que se impacienta meu mouro

aliviando a porteira

pra os "causo" de algum estouro


Tanta milonga que vem

ao repensar minha raça

ao reencontrar meu sinuelos

junto ao fogão e a fumaça


As vezes alguma estrela

lacrimejando um recuerdo

recria a copla perdida

que eu esqueci em mim mesmo


Ou na alegria tamanha

nos olhos do meu overo

que espicha a alma de "perro"

do catre junto aos arreios


Tristeza aqui eu assumo

sempre assumi bem "jujada"

deixo no mais que se renda

aos feitiços da guitarra


Entre o galpão e a mangueira

a vida é bugra e enfeitiça,

e retempera os aprontes

pras investidas da lida

e retempera os aprontes

pras investidas da lida


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