O inverno chegou guasqueando
                  
Rebencaços de Minuano
Sapecando o couro paisano
                   
E o tapete das sesmarias
Veio arrepiar o pêlo
                 
Do "egüêdo" no socado
Assoviando no arramado
                 
O dueto das invernias
Esta aragem sulina
                      
que se agranda a "encaranga"
Esbarra num bichará
                   
E no meu cabungo tapeado
Faz talarear compassado
                  
As rosetas das "espuelas"
Rebojando a "pontesuela"
                   
Na franja do meu gateado
Um velo branco descamba
                  
Pelo lombo das canhadas
                  
Com apojos de alvoradas
                   
Desaguachada em sereno
Num trotezito tranqueado
O vento tosta a macega
Calando a geada sem trégua
No repechar do terreno
Num trotezito tranqueado
O vento tosta a macega
Calando a geada sem trégua
No repechar do terreno
Com meia braça de sol
                  
A tarde bolca mermando
E a noite se arranchando
                       
Sombreia várzea e coxilha
O sopro que vêm dos "Andes"
                    
Vara a quincha do galpão
Mas se trompa com os tição
                 
Fogoneando coronilhas
Então encosto o porongo
                 
Ao pé da guacha cambona
Sobre as abas da carona
                 
Dou de mão na botoneira
No templo de picumãs
                  
Aqueço sonhos e segredos
Desentanguindo meus dedos
                   
No braseiro das ilheiras
É assim que um fronteiro
                    
"Aquebranta" as invernias
                     
"Aclimatando" as sinfonias
                        
De rangir "paysandu" em potros
Há uma pai-de-fogo que guarda
A alma bugra no templo
Ou vem por diante dos tentos
Num rancho marca piloto
Há uma pai-de-fogo que guarda
A alma bugra no templo
Ou vem por diante dos tentos
Num rancho marca piloto