Intro:             
                                       
Chapéu tapeado pra enxergar de ponta a ponta
                                    
Lenço vermelho, bandeira de um maragato
                                     
Estampa guapa, tronqueira do nosso Estado
                                
Enforquilhado num baio "ovo de pato"
                                
Espora buena, "buzinuda", tilintando
                                  
Marca o compasso do meu pingo troteador
         ()                          
Jeito atrevido de quem vem pedir "bolada"
                                
Alma "tisnada" da poeira do corredor
                                     
Trago em reponte batidas de algum cincerro
                                       
Gritos de forma, por isso sou da fronteira
                                 
Meu berço xucro, sagrado torrão sulino
                                     
Onde um teatino cheira à terra de mangueira
(             )
                                    
Me criei taura laçando e boleando potro
                                       
E abrindo a perna de alguma "bolcada" feia
                                   
Quando preciso, abro o peito, companheiro
                                          
Por que um fronteiro não se "enreda nas maneias"
                                 
O meu cantar fala de doma e campereada
                                    
A minha voz é xucra igual berro de touro
             ()                      
E as minhas penas são queimaduras de laço
                                        
Que num "guascaço" nos deixa marcas no couro
(    )