Quando as rosetas se agarram no sovaco de um matungo
                           
Eu tiro a sorte aragana pra bailar neste surungo
                        
E ?se vâmo" dando volta num despraiado de mundo
                           
Um potro que esconde a cara é coisa braba ?a la pucha"
                              
Posso até não ser ginete mas sou mimoso das bruxas
                          
Fui batizado ?a lo largo" na velha doma gaúcha
                          
Por mim que despenque o tempo em pedra, trovão e raio
                           
Rodada quanto mais feia não tem problema, que eu saio
                       
Arrastando as nazarenas com guizos no papagaio
                       
(Canta, canta nazarena na cantilena de campo
                               
Que os cavalos que eu encilho têm olhos de pirilampos     Bis
                           
E andam de cacho quebrado donde a china prende o grampo)
Int.
                          
No cantar das nazarenas eu toco a vida por diante
                         
Tironeando meu destino no repecho e no lançante
                         
Embora a sorte me traia e o amor ande distante
                           
Quem vive a lida campeira e faz da doma um ofício
                           
Nunca refuga bolada nem esquece os compromissos
                         
Pra bagual que corcoveia espora, mango e serviço
                    
Quem passa o tempo domando arrocinando tropilhas
                         
De certo um dia se amansa no santo altar da família
                       
E as nazarenas ?descansa" num cepo de curunilha
( ) Int.