Intro:                                    
                                            
Resto de tarde, sol desbotado, volta de campo
                                       
De goela aberta, grita um tajã junto ao lagoão
                                
Bocal "froxito" num zaino negro, naco de pampa
                                 
Pingo de estampa que ando costeando pras "precisão".
                               
Uma milonga, das bem antigas, do velho gildo
                                            
Sai num "silbido" e ganha vida ao céu da invernada
                                
Meu ovelheiro "bajo el estrivo" troteia largo
                                    
Um irmão que trago junto comigo nas campereadas.
                                         
No horizonte assoma um vulto, rancho campeiro...
                                         
Meu paradeiro, templo crioulo, altar sem luxo
                                             
Quanto mais perto, mais me liberto aqui neste fundo
                                             
Um fim de mundo, mas pago "bueno"... dos mais gaúchos.
                               
Boleio a perna num "galpãozito" de quatro esteios
                                    
Saco os arreios e lavo o lombo do meu bagual
                                         
De fogo aceso, encho a cambona pra um mate novo
                                           
Que eu sou de um povo de jeito simples e alma rural.
Solo:
                                  
  
                            
A noite desce e junto com ela, sombras e amores
                                     
Grilos cantores e pirilampos clareando a paz
                                   
Enquanto o palheiro vai se esvaindo pela fumaça
                           
Eu acho graça dos movimentos que o tempo faz.
                                    
Troveja longe... se vira o vento, talvez garoe
                                          
Deu numa rádio, que vem se armando de "sopetão"
                             
Folgo meu potro e por desaforo ajeito uns tentos.
                                  
Pra os sentimentos porém remendos do coração
Final: