Intro:       
    
É bem assim...
                                  
Cá no Rio Grande, no garrão deste país
           
Habita um povo de coragem e que é feliz
                                      
Por ter no sangue a descendência farroupilha
         
É bem assim...
                                   
O que se fala se garante a todo custo
                                      
A lida é o lema de quem não nasceu de susto
                                   
Pois esta gente faz histórias nas coxilhas
É bem assim...
                                        
Quando um "veiaco" mal costeado esconde a cara
                                    
De pronto acha um braço forte que lhe pára
                                   
E um par de esporas cortadeiras num garrão
É bem assim...
                                   
Quando troveja pra os lados do chovedor
                                
E o tempo baba, encharcando o corredor
                                       
Chapéu e poncho fazem às vezes de galpão
         
É bem assim...
                                 
Nesta querência de rebanhos e manadas
          
Onde a peonada das estâncias, bem montada
                                                
São os esteios que sustentam o pago, enfim...
                                   
E as tropas gordas que povoam invernadas
                                 
São o produto do trabalho desta indiada
                                    
Mostrando ao mundo que pecuária é bem assim...!
É bem assim...
                                 
Quando florescem as manhãs de primavera
            
Brotam os campos, suplantando toda a espera
                                    
De um novo entore que encaminha a produção
        
É bem assim...
                                        
"Se puxam" potros, vão se aprontando novilhas;
                                    
"Se ajeita" lindo a caponada pras esquilas
                                    
Comparsa antiga, "hace tiempos" no rincão
        
É bem assim...
                               
Rodeio grande, terneirada bem cruzada
                                  
Um doze braças corta o vento numa armada
                                     
E a vida segue o seu caminho, "flor e flor"
         
É bem assim...
                                      
Mate cevado, prosa buena, um fim de tarde
                               
Aqui se faz o que se deve sem alarde
                                               
Por que esta terra é de respeito, sim senhor!