Os fletes campeiros pastando ao luar
Refugo meu catre pra sorver nuances
Que a noite pintou na barra do dia
Quando nasce o pampa a inspirar romances.
O sol vem ao tranco no lombo de um ruano
E a noite lobuna se faz madrugada
Os mates e prosas se fazem silêncio
Enquanto se encilha, pra outra jornada.
Refrão:
Tinido de espora, rangido de bastos
E bater de cascos se fazem poesia
Cavalos e homens se tornam centauros
Na pátria gaúcha ao raiar outro dia.
Um zaino escarceia atirando o freio
Se faz haragana uma potra bragada
Que ao sentir as cosca do laço nos tentos
Bufou contra o vento pedindo bolada.
Ritual que faz parte da vida de campo
Porém só conhece quem cedo levanta
E sai campo afora com o sol na garupa
E traz a querência nos versos que canta.
Refrão:
Tinido de espora, rangido de bastos
E bater de cascos se fazem poesia
Cavalos e homens se tornam centauros
Na pátria gaúcha ao raiar outro dia