Intro:
O pulpero serve a canha
Noutro copo velho e gasto
Lustrando o balcão da copa
Como quem apaga um rastro
Há muito que - despeonado
Deixou empoeirar seu basto
Há muito que - despeonado
Deixou empoeirar seu basto
Bem antes que esse porvir
Pusesse freio às suas ânsias
Era outra a vida velha
Domando pelas estâncias
Senhor do próprio destino
Cruzando as quatro distâncias
Veio pra o mundo sozinho
E assim se vai deste mundo
Num corredor bem de fundo
Onde ergueu seu ranchinho
E o fez bolicho para os outros
Os que ainda têm sonhos potros
Cruzando o sol dos caminhos
Cruzando o sol dos caminhos
Nem mesmo a paz de um carinho
Restou-lhe no fim da vida
Pois foi carreira perdida
Andar em busca de um ninho
Hoje se vai deste mundo
Quem nasceu, talvez, no fundo
Marcado pra ser sozinho
Ninguém vê um domador
Num pulpero a contragosto
Nem mesmo quem bebe um trago
Nas invernadas de agosto
Pode medir que tristeza
Sulcou de rugas seu rosto
Pode medir que tristeza
Sulcou de rugas seu rosto
Morreu num fim de setembro
No florir da primavera
Deixando somente trastes
Representando o que era
Um gaúcho que veio ao mundo
Com a sina de ser tapera
Um gaúcho que veio ao mundo
Com a sina de ser tapera
Veio pra o mundo sozinho
E assim se vai deste mundo
Num corredor bem de fundo
Onde ergueu seu ranchinho
E o fez bolicho para os outros
Os que ainda têm sonhos potros
Cruzando o sol dos caminhos
Cruzando o sol dos caminhos
Nem mesmo a paz de um carinho
Restou-lhe no fim da vida
Pois foi carreira perdida
Andar em busca de um ninho
Hoje se vai deste mundo
Quem nasceu, talvez, no fundo
Marcado pra ser sozinho
Marcado pra ser sozinho